A poesia de Antônio Carlos guarda uma saudade incontida do sertão. Poderia ser talvez uma saudade ancestral de lembranças herdadas, saudades das saudades dos mais longevos de uma vida simples e feliz como era levada pelo povo do campo. “Coisas do roçado” é, portanto o modo de vida do povo do sertão, o seu modo de produção, tudo que é seu sustento do corpo, da alma e do coração. É todo o seu território, seu espaço tangível e intangível, é seu alento e a sua vida na sempre renovada esperança de dias melhores...
Neste segundo livro, “Coisas do Roçado” ele pretendeu registrar os hábitos e as experiências do sertanejo em forma poética, utilizando a linguagem de um povo que sempre contou com a arte e a fé para enfrentar e superar as dificuldades do cotidiano.
Autor: Antônio Carlos Matos de Oliveira nasceu em Iguatu (CE), em 1955. Migrou em 1968, para o Rio Grande do Norte e fixou residência na cidade de Assú, “terra dos poetas”, onde descobriu a afinidade com a poesia, ensaiando ali os primeiros passos, na arte de escrever em versos. Perspicaz observador da figura do sertanejo, ouvia com atenção os relatos sobre sua vida de aventuras, que descrevia usando a linguagem própria do matuto, em primorosa rima. Na década de 1970, volta ao Ceará, para fazer o curso de engenhara civil e, mesmo envolvido no mundo das ciências exatas, continuou alimentando a veia poética, logrando êxito, com alguns poemas premiados.
Concluiu o curso de engenharia civil em 1979 e partiu para a Europa, onde fez especialização e mestrado na Universidade de Louvain-la-Neuve, na Bélgica. Ao retornar ao Brasil, volta a morar em Natal, no Rio Grande do Norte, abraçando o universo da construção civil. Enveredou ainda pela vida acadêmica, tornando-se professor e pesquisador na Universidade Potiguar pelo período de 14 anos.
A profissão de Engenheiro Civil sempre entrou em conflito com as letras. As equações pareciam ter ciúmes dos versos. Entre um cálculo e outro, surgiam recordações do mugido do gado e do verde do Juazeiro que permaneciam na memória do poeta, afagando o seu ego. Procurou tirar o melhor proveito possível do isolamento causado pela pandemia de 2020 para retomar sua vocação literária.
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